terça-feira, 22 de julho de 2008

Renovar as esquerdas?

"Renovar a esquerda significa, portanto, renovar os partidos e organizações de esquerda. Concretizando:

a) a tradição republicada e socialista do PS, apesar de oprimida e marginalizada hoje no partido – quando não a sofrer uma fase de auto censura induzida por um clima de medos e formas mais ou menos subtis de coacção –, não desapareceu. Há vozes que se ouvem a espaços, há silêncios que se acumulam, há sentimentos de indignação calados pela necessidade do momento. Mas tudo isto pode mudar, a curto ou médio prazo, em especial se se acentuarem as tendências de quebra eleitoral do PS;

b) as sensibilidades renovadoras do PC que se demarcaram da ortodoxia (e que se curaram do trauma soviético) sem abdicar de uma procura utópica alternativa, no respeito pelos valores democráticos, podem dar um contributo inestimável para abrir novos caminhos de esquerda;

c) o campo do sindicalismo, que tem resistido com vigor à cultura anti-sindical e combatido com bons argumentos a nova legislação laboral, irá sem dúvida protagonizar novas acções, evidenciando a centralidade do trabalho para uma sociedade coesa e sustentável. Os líderes sindicais ou pelo menos alguns deles são referências incontornáveis de uma esquerda que recupere e actualize a perspectiva humanista e emancipatória do trabalho e a defesa do novo proletariado emergente;

d) e finalmente, o Bloco de Esquerda cuja cultura de contra-poder aliada a uma expectativa de crescimento aconselha a uma redefinição identitária que supere os velhos dogmas e estimule alternativas (viáveis em democracia), permitindo maior sintonia de linguagens com as restantes correntes de esquerda. Além disso, a ligação do BE a novos movimentos sociais e sectores associativos mais jovens constituem um enriquecimento acrescido para uma esquerda renovada."

Elísio Estanque, BoaSociedade.

domingo, 20 de julho de 2008

UM MINISTRO OUSADO!

O presidente da Confederação da Indústria acha que o Código do Trabalho devia ir mais longe nos despedimentos, mas garante que o ministro foi mais ousado do que um governo de direita, uma posição que o aproxima de Carvalho da Silva.

Francisco Van Zeller comenta ainda que “os governos de direita são mais tímidos no que respeita a relações de trabalho, enquanto os de esquerda são mais ousados”.

É DE CORAR DE VERGONHA!