Vivemos tempos estranhos e difíceis, de tal forma que era impensável há alguns anos o Vaticano, através do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), defender "a reforma agrária e o favorecimento das populações rurais como parte da solução para a actual crise alimentar."
Pois, “a questão da reforma agrária nos países em via de desenvolvimento não pode ser descurada, para que se confira a propriedade da terra aos cidadãos e se favoreça assim o uso de milhares de hectares de terra cultivável”.
Uma vez que “a crise alimentar ameaça a realização do direito primário de cada pessoa a estar livre da fome”.
E “não se pode pensar em diminuir a quantidade de produtos agrícolas destinados ao mercado de alimentos, ou às reservas de emergência, a favor de outros fins que, mesmo se pertinentes, não satisfazem um direito fundamental como o da alimentação”.
Mas, como escreve, Esther Vivas, na Adital "apesar da crise, as principais companhias de sementes, Monsanto, DuPont e Syngenta, reconheceram um aumento crescente de seus lucros e o mesmo ocorreu com as principais indústrias de fertilizantes químicos. As maiores empresas processadoras de alimentos como Nestlé ou Unilever também anunciam um aumento em seus lucros, embora abaixo das que controlam os primeiros trechos da cadeia. Do mesmo modo, as grandes distribuidoras de alimentos como Wal-Mart, Tesco ou Carrefour afirmam seguir aumentando seus lucros".
Por isso, talvez fosse bom voltar a ouvir uma velha canção:
A desalambrar
(Daniel Viglietti)
Yo pregunto a los presentes
si no se han puesto a pensar
que esta tierra es de nosotros
y no del que tenga mas.
Yo pregunto si en la tierra
nunca habra pensado usted
que si las manos son nuestras
es nuestro lo que nos den.
A desalambrar, a desalambrar!
que la tierra es nuestra,
tuya y de aquel,
de Pedro, Maria, de Juan y Jose.
Si molesto con mi canto
a alguien que no quiera oir
le aseguro que es un gringo
o un dueño de este pais.
A desalambrar, a desalambrar!
que la tierra es nuestra,
tuya y de aquel,
de Pedro, Maria, de Juan y Jose.
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